29/05/2021 183r5x
No vou reprisar o comentrio que fiz no blog www.olhandoamare.com.br e que voc pode -lo inclusive do seu smartphone. Intitulei “Esqueceram dos 50 e comemoraram os 51 anos do hospital de Gaspar”. Nele mostrei como marotamente esses 51 turbulentos anos foram lembrados na sesso na Cmara de Vereadores muito depois do dia 18 de maio.
Na verdade, uma apresentao, mesmo que cuidadosa, em power point, dos nmeros diagnosticou que algo no vai nada bem com o homenageado. E no por culpa dele, no!
A sesso, organizada pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, no seu puxadinho onde est abrigada a Bancada do Amm liderada pelo presidente Francisco Solano Anhaia, MDB, oriundo do PT, com pelo menos 11 dos 13 vereadores, apesar de festiva, no conseguiu esconder uma realidade perturbadora. Ela a muito perto do perigoso e quase sem volta caminho da insustentabilidade econmica do Hospital.
E isso tudo tem nome e sobrenome: polticos, politicagem e incompetncia onde quem paga a conta e o pato o povo: o que precisa e nem vai l.
E j esto arrumando um culpado para aquilo que no nasceu hoje: as dvidas acumuladas. Elas no se arrumaram no tempo e se camuflaram muito mais com a marota interveno municipal, na falta de transparncia para a comunidade, bem como nas gestes to entubadas quanto os que padecem de Covid-19: R$32,9 milhes. S nestes primeiros quatro meses deste ano, a prefeitura colocou l mais de R$6 milhes e no foi para pagar um centavo de dvidas que continuam crescendo, mas para deix-lo ao menos aberto populao. Uau!
A to desejada UTI – e necessria, no meu entender tambm – no veio de forma estruturada, organizada como manda o manual do planejamento e dos empreendimentos sob controle de riscos. Ela surgiu de uma “oportunidade”, emergencial para atender doentes de Covid-19. Era uma loteria. E foi dobrou-se na ampliao. Ou seja, dobrou-se na aposta tambm.
Dizia-se que tudo seria pago pelos governos federal e estadual. Os nmeros que foram mostrados, afirmam que a histria no bem assim. A UTI de Covid – que atende toda Santa Catarina e no s os gasparenses, pois h um sistema de regulao, est comendo o dinheiro dos impostos daqui que deviam estar no s no bsico do Hospital, mas principalmente, na Policlnica e nos postinhos de Sade. Ampliou-se insatisfao e o rombo.
Conheo o hospital como poucos e desde 1984. Sob a desculpa de ser uma ‘casa para salvar doentes pobres”, foi se permitindo pequenos pecados, que viraram rotinas e se tornaram problemes e vcios incontrolveis. Fui vice-presidente da comisso criada na Acig sob a gesto de Samir Buhatem. Ela reformou fisicamente - e s porque o Conselho da poca entregou os pontos e decidiu fech-lo por falta de condies tcnicas e financeiras. Os polticos – nos seus joguinhos para punir adversrios – culparam, criminosamente, o ex-prefeito da poca, Adilson Luiz Schmitt, ento no MDB, por isso. O Hospital no era da prefeitura como agora.
Retomo. Um hospital no pode ser um lugar de lucros, mas tambm no pode ser de desperdcios e principalmente de politicagem, de propaganda poltica e lugar para empregar curiosos, desempregados incompetentes e correligionrios.
O Hospital de Gaspar que contraria a sina empreendedora do seu idealizador, o alemo Frei Godofredo, na verdade resultado de experincias contra o dinheiro pblico e contra as pessoas pobres, vulnerveis e que no tm como buscar solues para suas doenas e dores em outros lugares. resultado da falha no sistema de atendimentos dos postos de sade da prefeitura e que desemboca no Pronto Atendimento.
Fui contra entreg-lo de mo beijada depois de reformado, muitos desgastes comunitrios e relacionamentos decorrentes devido ao longo tempo de fechamento dele, onde, no fundo, a Fundao Bunge foi a principal provedora da reforma naquilo que o poder pblico no contribuiu para recuper-lo fisicamente. Mas, venceu o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi. Eu defendia um plano garantido de sustentabilidade econmica mnima. Sai da comisso – bem no final - para no participar desse desastre anunciado e que contrariava sobre tudo o que aprendi e pratiquei no ofcio de gesto com resultados.
Bingo. Zuchi fez mais do que no se comprometer com a sustentabilidade econmica e tcnica do Hospital bem como aderir uma vocao. Interveio no Hospital, por picuinhas, para exercer poder poltico e procura de ladres que nunca os encontrou para as minguadas verbas que reava para l, vejam s, para o Pronto Atendimento suprir s falhas do sistema municipal de Sade.
Bingo pela segunda vez. As dvidas e as dvidas de l em diante s aumentaram. Perderam at a capacidade filantrpica, vital contra os altos tributos. A transparncia foi zerada, ou dificultada. E Kleber eleito h quatro anos continuou o erro de Zuchi ao invs de implantar sua marca, ou ao menos dar uma soluo que estancasse parte da crnica doena do Hospital.
O Hospital de Gaspar um case de sucessivos erros, mas que se transformam em vitrias e vem glorificando falsos heris. Incrvel! Kleber que trocou seis istraes no Hospital em pouco mais de quatro anos, choraminga, mas corre o risco srio de ser de verdade o prefeito que vai ter que fechar o Hospital - e no o Conselho como foi no tempo da reforma fsica dele -, por teimar em no enxergar que o Hospital est doente e o vrus da inpcia tomando conta dele. Os 32,9 milhes de dvidas a ferida mais explicita aos olhos dos leigos e gasparenses. Feitos os exames internos, o diagnstico assustador. Est-se espera de um milagre. Eles at existem, mas... Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. proibida a reproduo do contedo desta pgina em qualquer meio de comunicao, eletrnico ou impresso, sem autorizao escrita do Jornal Cruzeiro do Vale ([email protected]).