O Cristo csmico:uma espiritualidade do universo - Jornal Cruzeiro do Vale 654ey

O Cristo csmico:uma espiritualidade do universo 7386c

23/09/2016 1u4a3w

Uma das buscas mais persistentes entre os cientistas que vem geralmente das cincias da Terra e da vida pela da unidade do Todo. Dizem: “precisamos identificar aquela frmula que tudo explica e assim captaremos a mente de Deus”. Esta busca vem sob o nome de “A Teoria da Grande Unificao” ou “A Teoria Quntica dos Campos” ou, pelo pomposo nome de “A Teoria de Tudo”. Por mais esforos que se tenham feito, todos acabam se frustrando ou como o grande matemtico Stephan Hawking, abandonando, por impossvel, esta pretenso. O universo por demais complexo para ser apreendido por uma nica frmula.

Entretanto, pesquisando as partculas sub-atmicas, mais de cem, e as enegias primordiais, chegou-se a perceber que todas elas remetem quilo que se chamou de “vcuo quntico” que de vcuo no possui nada porque a plenitude de todas as potencialiades. Desse Fundo sem fundo surgiram todos os seres e o inteiro universo. representado como um vasto oceano sem margens, de energia e de virtualidades. Outros o chamam de “Fonte Originria dos Seres” ou o “Abismo alimentador de Tudo”.

Curiosamente, cosmlogos como um dos maiores deles, Brian Swimme, denomina-o de o Inefvel e o Misterioso (The Hidden Heart of the Cosmos, 1996) Ora, estas so carcatersticas que as religies atribuem ltima Realidade que vem chamada por mil nomes, Tao, Jav, Al, Olorum, Deus. O Vcuo pregnante de Energia se no Deus (Deus sempre maior) a sua melhor metfora e representao.

O fundamental no a matria mas esse vcuo pregnante. Ela uma das emergncias desta Fonte Originria. Thomas Berry, o grande eclogo/cosmlogo norte-americano, escreveu: “Precisamos sentir que somos carregados pela mesma energia que fez surgir a Terra, as estrelas e as galaxias; essa mesma energia fez emergir todas as formas de vida e a conscincia reflexa dos humanos; ela que inspira os poetas, os pensadores e os artistas de todos os tempos; estamos imersos num oceano de energia que vai alm da nossa compreenso. Mas essa energia, em ltima instncia, nos pertence, no pela dominao mas pela invocao”(The Great Work,1999, 175), quer dizer, abrindo-nos a ela.

Se assim tudo o que existe uma emergncia desta energia fontal: as culturas, as religies, o prprio cristianismo e mesmo as figuras como Jesus, Moiss, Buda e cada um de ns. Tudo vinha sendo gestado dentro do processo cosmognico na medida em que surgiam ordens mais complexas, cada vez interiorizadas e interconectadas com todos os seres. Quando acontece determinado nvel de acumulao dessa energia de fundo, ento ocorre a emergncia dos fatos histricos e de cada pessoa singular.

Quem viu esta gestao de Cristo no cosmos foi o paleontlogo e mstico Teilhard de Chardin(+1955), aquele que reconciliou a f crista com a ideia da evoluo ampliada e com a nova cosmologia. Ele distingue o “crstico” do “cristo”. O crstico comparece como um dado objetivo dentro do processo da evoluo. Seria aquele elo que une tudo com tudo. Porque estava l dentro pde irromper, um dia na histria, na figura de Jesus de Nazar, aquele por quem todas as coisas tm sua existncia e consistncia, no dizer de So Paulo.

Portanto, quando este crstico reconhecido subjetivamente, se transforma em contedo da conscincia de um grupo, ele se trasnforma em “cristo”. Ento surge o cristianismo histrico, fundado em Jesus, o Cristo, encarnao do crstico. Da se deriva que suas razes derradeiras no se encontram na Palestina do primeiro sculo, mas dentro do processo da evoluo csmica.

Santo Agostinho escrevendo a um filsofo pago (Epistola 102) intuu esta verdade: ”Aquela que agora recebe o nome de religio crist sempre existia anteriormente e no esteve ausente na origem do gnero humano, at que Cristo veio na carne; foi ento que a veradeira religio que j existia, comeou a ser chamada de crist.”

No budismo se faz semelhante raciocnio. Existe a budeidade (a capaciade de iluminao) que vem se forjando ao longo do processo da evoluo, at que ela irrompeu em Sidarta Gautama que virou Buda. Este s pde se manifestar na pessoa de Gautama porque antes, a budeidade, estava l no processo evolucionro. Ento virou o Buda, como Jesus virou o Cristo.

Quando esta comprenso vem internalizada a ponto de transformar nossa percepo das coisas, da natureza, da Terra e no Universo, ento abre-se o caminho para uma experincia espiritual csmica, de comunho com tudo e com todos. Realizamos por esta via espiritual o que os cientistas buscavam pela via da cincia: um elo que tudo unifica e atri para frente.

Edio 1768 1o5839

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Indianara Schmitt

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