16/10/2014 396n49
A presente campanha presidencial em segundo turno coloca em jogo algo fundamental na histria brasileira: a nossa primeira revoluo popular, democrtica e pacfica conquistada no voto, com a chegada de Lula Presidncia. No ocorreu apenas a alternncia do poder mas uma alternncia de classe social. Um representante dos ?lascados? e sempre colocados mergem chegou ao mais alto cargo da nao como fruto do PT, de aliados e de grande articulao de movimentos sociais e sindicais e continuado por Dilma Rousseff.
Como afirmava o notvel historiador Jos Honrio Rodrigues em seu Conciliao e Reforma no Brasil (1965):?os interesses do povo foram descuidados pela liderana; da as lutas, as rebeldias, a histria cruenta, o compromisso e a conciliao; revoluo no sentido de transformao da estrutura econmica, do regime de terras, da mudana de relaes sociais, nunca tivemos; o grande sucesso da histria do Brasil o seu povo e a grande decepo a sua liderana?. Continua Jos Honrio:?as vitrias do povo so objetivas e incontestveis;...o Brasil deve ao povo a unidade poltica, a integrao territorial, a mestiagem, a tolerncia racial, a homogeneidade religiosa, a integrao psico-social, a sensibilidade nacional muito viva que exige um abrasileiramento das prprias contribuies estrangeiras? (p.121-122).
Com Lula e Dilma se inaugurou esta revoluo que ainda inacabada mas que deve ser consolidada e aprofundada. Oxal nessa eleio ela no seja malbaratada pela vitria de quem representa a velha poltica oligrquica mais interessada no crescimento econmico, no mercado e articulada com a macroeconomia globalizada do que no destino daqueles milhes que foram tirados da pobreza pelas polticas republicanas e foram feitos sujeitos sociais participativos na sociedade.
Da ser importante que Dilma vena para garantir, consolidar e enriquecer com um novo ciclo de transformaes essa revoluo inaugural.
Nos primrdios da colonizao o cronista oficial Pero Vaz de Caminha escreveu que aqui ?em se plantando tudo d?. Os cinco sculos de histria ainda luz do paradigma europeu mostraram o acerto de tal afirmao. Aqui tudo pode dar e deu para ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro. Por que no ir dar certo um projeto-Brasil novo, democrtico, social, popular, ecolgico, ecumnico e espiritual?
O povo brasileiro se habituou a ?enfrentar a vida? e conseguir tudo ?na luta?, quer dizer, com dificuldade e muito trabalho. Por que no ir ?enfrentar? tambm esse grande e derradeiro desafio colocado em seu caminho? Como no conquist-lo ?na garra?, com a conscincia solidria, com a organizao, com a vontade de empoderar-se para garantir o poder de estado, j por 12 anos, a fim de dar-lhe o verdadeiro sentido de fazer as mudanas necessrias, primeiramente para os mais esquecidos e a partir deles, a todos, conferindo-lhes sustentabilidade e garntindo-lhes um futuro bom para o pas.
Esse caminho j foi traado, embora falte muito ainda para ser completado. Por duas vezes o novo chegou l, no poder central. Escasseiam cada vez mais os instrumentos com os quais as elites dominantes querem retornar ao poder com aqule projeto neoliberal que quebrou os pases centrais e que lanou cem milhes no desemprego na Europa e nos USA.
Sentimo-nos representados nos versos do cantador: ?S cantador quem traz no peito o cheiro e a cor de sua terra/ a marca de sangue de seus mortos/ e a certeza de luta de seus vivos?(A saga da Amaznia de Vital Faria). Essa luta, esperamos, ser vitoriosa. O pais florescer no fulgor de seu povo multicolorido como nossas paisagens que enchem nossos olhos de encantamento. Valem as palavras de lderes sindicais nos dias sombrios do submetimento:
?Podem cortar uma, duas e todas as flores. Mas no podero impedir a chegada da primavera?.
A primavera j vai avanada. Junto com o sol primaveril queremos celebrar a vitria da maioria do povo, reelegendo Dilma Rousseff.
Se no puder ocorrer agora, fica o desafio para o futuro. O que deve ser, tem fora e chegar o dia, bendito dia, em que ir triunfar.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. proibida a reproduo do contedo desta pgina em qualquer meio de comunicao, eletrnico ou impresso, sem autorizao escrita do Jornal Cruzeiro do Vale ([email protected]).